The Washington Post: "Impeachment de Dilma não irá salvar o Brasil."
O jornal ainda diz que o atual processo expôs fraquezas no sistema político do país, em que o presidente depende de acordos com "inúmeros partidos sem ideologia clara", em arranjos que "incentivam a corrupção".
Estamos à poucos instantes da votação do Impeachment começar. Estamos à poucos instantes de presenciar a história sendo feito. Seja qual for o resultado, suas consequências seguirão o país por muitos anos.
A impressa internacional, ao relatar suas notícias sobre o processo, acabam também por emitir opiniões. E para a maioria, o Impeachment já é dado como certo. Mas isso não quer dizer que eles achem que será a melhor saída.
Para o jornal americano The Washington Post, o processo de Impeachment pode servir apenas para "alienar mais ainda eleitores desencantados com o sistema político." O jornal ainda aponta que, segundo pesquisas, o presidente (até agora) interino, Michel Temer, se mostrou tão impopular quanto Dilma.
O The Washington Post acredita que um "vácuo de poder" está se abrindo na política nacional - e sendo preenchido por siglas menores de esquerda e partidos evangélicos.
Em texto de opinião na revista Fortune, João Augusto de Castro Neves, diretor de América Latina da consultoria Eurasia Group, diz que o impeachment não irá solucionar "meses de turbulência política e econômica". O consultor descreve a permanência, no Brasil, de um cenário de "tempestade perfeita": economia global menos favorável, recessão profunda, desequilíbrio fiscal, escândalo de corrupção em curso e o usual embate político.
7 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.
Acho curiosa essa tendência de veículos de informação - e principalmente os mais de esquerda, como Washington Post, Le Mond, BBC, New York Times - se fixarem em soluções das quais se deva esperar resultados mágicos, como "salvar o Brasil".
É óbvio que um processo de impeachment, por si só, não salva nada.
O que é relevante para análise é se o processo de impeachment - absolutamente legal - é ou não um passo para a construção de uma solução. E parece claro que seja. Já se saiu da celeuma entre Executivo e Legislativo em que nada do que era necessário para que o país saísse da crise era votado, ou porque o Legislativo não votava, ou porque era algo absolutamente contrário ao programa de governo e às convicções ideológicas do partido que estava no poder.
Não obstante, é evidente que não se chegou a uma solução definitiva. Apenas se abriu a possibilidade de que as medidas necessárias sejam discutidas e votadas. Podem ser, podem não ser.
Antes, era certo que não seriam. continuar lendo
Parabéns pela reprodução e pelas exposições Ana Luiza!
Apenas ressalto que não há um entre os sensatos que apoiem o Impeachment (pois insensatos pairam por todas as correntes de pensamento) que defendam a tese de que o afastamento definitivo de Dilma será a cura para todos os males do país.
Ouso afirmar que a reportagem deixa de abordar corretamente o assunto pois, por certo, o Brasil permanecerá na crise em que está mergulhado por alguns anos.
O fato a ser analisado é que, embora o Impeachment em si não resolva os problemas, SEM O IMPEACHMENT, os problemas não tem a menor chance de serem enfrentados, ou seja, embora a solução não seja apenas a cassação da Presidente, não há alternativa para sair da crise que não se inicie com o Impeachment.
O Impeachment não é a única solução, mas é condição "sine qua non" para a recuperação do nosso País. continuar lendo
Descobriram a pólvora: De novo! continuar lendo
Faltou analisar que quem ocasionou esta “tempestade perfeita” no Brasil foi Dilma e o PT. Desde 2013 (e há quem diga desde 2011) economistas e analistas políticos alertavam para a situação econômica e política que o Brasil ia entrar se Dilma não mudasse os rumos de sua política. E todos eram hostilizados pela ordem petista!
Deu no que deu!
Ninguém, em sua sã consciência, acredita que o impeachment é solução para o país. Não existe uma receita mágica para salvar uma nação. Mas o impeachment faz parte da solução: a ex-presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade, e a Constituição protege o cargo contra ímprobos. Não houvesse impeachment, iríamos dar um grande passo para o agravamento da situação política, econômica e financeira do país! Seria uma atitude antidemocrática e uma agressão à república.
O impeachment não pode ser analisado sem um contexto!
Em tempo: o artigo do João Augusto de Castro Neves não é contrário ao impeachment. Ele vê um sinal positivo no cenário pós-impeachment. Julga que Dilma perdeu a mão em certos setores da economia. Para o Globo, em fevereiro, ele dava uma posição favorável às “novas eleições” (que não tem nenhum respaldo constitucional).
Abraços! continuar lendo